Daniel Pianovski viu seu trabalho virar série de reportagens na TV
CAROL SCANDOLARA
Acadêmica de Jornalismo
Daniel Pianovski, de Sinop, é diretor e criador do Canal do Ciclista, responsável por organizar eventos esportivos em todo o país nas modalidades de mountain bike, ciclismo e atletismo. Recentemente, a TV Centro América – afiliada da Rede Globo em Mato Grosso – produziu uma série de reportagens chamada “Um Estado, Mil Destinos”, com a parceria do canal.
Nela, a equipe de jornalismo da TV e alguns ciclistas percorreram 10 mil km entre diversos pontos turísticos do estado. Daniel conta a emoção de ver o trabalho ser cada vez mais reconhecido e da oportunidade em poder fomentar o turismo esportivo na região.
O programa foi ao ar do dia 16 de janeiro até o dia 27 de fevereiro de 2021, sempre aos sábados. Dá para você procurar na internet para conferir! Antes, dá uma lida nesse bate-papo para conhecer um pouco do nosso personagem!
DIÁRIO DO ESTADO: Daniel, antes de falarmos do programa, queremos saber do seu empreendimento. Como nasceu o Canal do Ciclista, em que ano e de onde surgiu a ideia?
DANIEL PIANOVSKI: O Canal do Ciclista surgiu em 2012, eu era ciclista e sentia a necessidade de conectar e levar informação a esse público, naquela época o ciclismo não era tão popular e o site veio para trazer mais informação.
DE: Qual a sua história com o ciclismo? É de família?
DP: Não foi de família, conheci o ciclismo na adolescência e tomei como uma atividade esportiva, praticava com objetivos de competir. Participei por alguns anos disputando o ranking brasileiro, onde consegui algumas conquistas a nível nacional, como por exemplo, fui campeão na minha categoria na Copa Norte Nordeste no Ceará em 2012 e um terceiro lugar no ranking nacional da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC).
DE: Você tem filhos? Já estão seguindo os caminhos do pai?
DP: Sim, tenho um casal que pedala comigo, Miguel de 8 anos e Mariana de 5, desde que nasceram sempre tiveram contato com a bike, então foi inevitável não gostarem do esporte. Ambos passaram pela forma correta de aprender andar de bike, ao contrário do que a maioria acredita, que as rodinhas ajudam a criança aprender, a forma correta para aprender a andar de bicicleta não é com rodinhas e sim utilizando a “pré-bike”, uma pequena bike sem pedal que auxilia a criança a aprender primeiro o equilíbrio e depois a transição para bike de pedal, é muito mais fácil. Com isso, ambos aprenderam a pilotar muito cedo e hoje dominam a bike. Miguel já foi líder no Campeonato Estadual de Bicicross por três anos seguidos, primeiro com a pré-bike e depois, bicampeão na categoria 5-6 anos.
DE: O Canal do Ciclista já começou organizando eventos esportivos ou isso veio depois? Quais modalidades e eventos foram o pontapé inicial?
DP: No começo era apenas um site de notícias, mas com o passar dos anos começamos a organizar eventos. Nosso primeiro evento foi o GP Sinop de Mountain Bike, evento que foi realizado no Estádio Gigante do Norte e com o tempo nos tornamos uma empresa de cronometragem eletrônica com chip, com isso começamos atender todo o norte de Mato Grosso prestando serviços para eventos de Mountain Bike, Ciclismo, Corrida de Rua e Corrida de Aventura.
DE: É possível mensurar quantos eventos o Canal já organizou e por quantos estados passou?
DP: Muitos, não tenho número exato, mas desde quando começamos a trabalhar com a cronometragem eletrônica, comecei a dedicar 100% ao negócio, fiz investimento e praticamente todo final de semana, antes da pandemia, a gente tinha um evento para atender. Todos dentro de Mato Grosso. Participei em vários estados, porém como competidor, que foram eles: MS, CE, PI, SP, RJ.
DE: Vamos falar do programa Um Estado Mil Destinos então. Como foi a procura, você enviou a ideia ou a TV te procurou?
DP: Com o início da pandemia, todos os nossos eventos foram cancelados, então comecei um quadro no YouTube do Canal do Ciclista chamado “Pedalando em Mato Grosso”, com objetivo de mostrar pontos turísticos do estado. Até que em uma conversa com a gerente da TV em Sinop, ela gostou do meu projeto, apresentei para a TV Centro América em Cuiabá, iniciamos algumas reuniões com participação da unidade de Cuiabá e TV Morena em Mato Grosso do Sul. Foi quase um ano de conversa, ajustes e adequações para o formato da TV.
DE: Foram quantas cidades percorridas? E quantos pontos turísticos visitados? Quais?
DP: Gravamos em Sinop no Rio Teles Pires e Cachoeira da Gleba; Itaúba no Vale das Castanheiras; Colíder na Cachoeira do Mercúrio; Juscimeira na Cachoeira do Bispo e Cachoeira do Prata; Rondonópolis no Complexo Carimã; Cuiabá no Coxipó do Ouro e no trajeto Top de Fita, estrada antiga que liga Chapada dos Guimarães à Cuiabá; Pantanal Mato-grossense; Nobres e Bom Jardim e Tangará da Serra.
DE: Quais foram os maiores desafios?
DP: O maior desafio foi a distância, nosso estado é muito grande, percorríamos de carro e pedalávamos os trechos mais curtos para otimizar as gravações.
DE: Como era feito o trajeto, iam de carro e depois de bike ou sempre de bike?
DP: O deslocamento de uma cidade a outra e aqueles trajetos mais longos de um ponto turístico a outro foi realizado de carro, os acessos aos pontos de bike.
DE: Como foi a divisão do pessoal, participaram atletas, jornalistas, curiosos? Conta um pouco mais desse momento.
DP: Eu fui coapresentador, participei de todos os episódios, junto com a equipe da TV que foram alternados, tínhamos um auxiliar, um cinegrafista e um repórter em cada gravação. Os ciclistas foram convidados por mim, optei em convidar ciclistas da cidade que íamos gravar, para ter um envolvimento local de cada ponto turístico.
DE: O programa passou a nível estadual, uma super produção, que além de mostrar os pontos turísticos do nosso Mato Grosso, também valorizou a modalidade de ciclismo, que só cresce no país. O que significa para você ver o nome do canal e do esporte chegando tão longe?
DP: Fico feliz por mais uma vez a gente fazer parte desse crescimento. Desde o início do Canal do Ciclista a gente vem contribuindo de alguma forma com o crescimento dessa modalidade e estar em um projeto a nível de estado mostra a nossa credibilidade e que estamos no caminho certo.
DE: Daniel, as competições nessa modalidade também estão suspensas devido a pandemia, correto? De certa forma essa aventura serviu para vocês matarem a saudade também dos desafios?
DP: Sim, esse projeto deu início justamente devido a pandemia, após a criação do quadro Pedalando em Mato Grosso no nosso canal do YouTube (Canal do Ciclista). Inclusive esses projetos continuam na internet.
DE: Pra gente encerrar, o que você espera do futuro desse esporte, seja o turismo esportivo ou as modalidades de mountain bike?
DP: É um crescimento sem volta, cada dia mais adeptos integram esse esporte, hoje temos um crescimento recorde de pessoas que buscam acima de tudo qualidade de vida e manutenção da saúde. O Mountain Bike permite tudo isso e ainda contemplar paisagens magnificas. Isso tem fomentado muito o turismo esportivo. O esporte não tem barreiras de faixa etária ou poder aquisitivo, hoje, uma criança de 2 anos já pode iniciar na pré-bike, até 99 anos. E mais de 100 também pode (mas tem que lembrar de me avisar pra eu gravar com ele (risos)!
Fonte: http://www.diariodoestadomt.com.br/